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Brasília prepara rompimento do acordo com a Ucrânia sobre lançamento do Cyclone-4

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Centro de montagem do Cyclone-4 na cidade ucraniana de Dnipropetrovsk

 

Roberto Lopes

Editor de Opinião da Revista Forças de Defesa

Vinheta ExclusivoA presidenta Dilma Roussef está se preparando para denunciar o “Tratado sobre Cooperação de Longo Prazo na Utilização do Veículo de Lançamentos Cyclone-4 no Centro de Lançamento de Alcântara” – acordo celebrado por seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, com o governo da Ucrânia, a 21de outubro de 2003.

O documento, firmado em Brasília, criou a empresa binacional Alcântara Cyclone Space, que tem a seu cargo promover a realização de lançamentos espaciais. Mas, em 11 anos e meio de funcionamento – período alimentado por sucessivas liberações de verbas federais, que já somaram mais de 1 bilhão de Reais –, a companhia não conseguiu nem mesmo organizar o primeiro disparo de um Cyclone-4 em território brasileiro…

A previsão de o foguete subir ao espaço no primeiro semestre de 2015 foi mudada, ainda no ano passado, para o fim de 2015; e, agora, foi revista de novo, para algum momento de 2016. Mas não haverá tempo para que a cooperação progrida. Segundo o Poder Aéreo apurou junto a uma fonte do Ministério das Relações Exteriores, a administração Dilma Roussef está determinada a romper a chamada “parceria estratégica” de Brasília com Kiev, o que deve representar um sinal altamente positivo para o relacionamento bilateral do Brasil com a Rússia.

cyclone-4

A versão do foguete pesquisada pela Alcântara Cyclone Space previa aperfeiçoamentos na precisão da trajetória a ser cumprida no espaço

 

Precisão – O foguete Cyclone-4 é um modelo de 1969, com um histórico de lançamentos bastante bem-sucedido. Em 226 tentativas, houve só seis falhas. Na Ucrânia, até o fim de 2013, um pool de 16 empresas contribuía para a construção do artefato, na cidade de Dnipropetrovsk.

A versão que está sendo pesquisada pela Alcântara Cyclone Space prevê aperfeiçoamentos na precisão da trajetória a ser cumprida pelo foguete, e um aumento de 30% em sua carga de combustível.

A cooperação espacial com a Ucrânia teve início durante a Era Fernando Henrique Cardoso, em 1995, com a vinda ao Brasil do presidente ucraniano Leonid Kutchma.

Pouco depois começou a se consolidar a idéia de utilização do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, para a colocação em órbita de cargas úteis brasileiras, ucranianas e de outros países.

Ao Brasil caberia providenciar o local e a infraestrutura do CLA; os ucranianos ficaram incumbidos de desenvolver o veículo Cyclone-4, assistidos por especialistas brasileiros.

Campanha – Ainda durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso o Brasil firmou dois importantes acordos: o chamado Acordo-Quadro sobre a Cooperação nos Usos Pacíficos do Espaço Exterior – em novembro de 1999 –, e um segundo, em janeiro de 2002, sobre Salvaguardas Tecnológicas relacionadas à participação da Ucrânia em lançamentos a partir de Alcântara.

Durante a campanha eleitoral de 2002, o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva condenou a aproximação do Brasil com a Ucrânia no campo espacial, mas, eleito – e fortemente estimulado por seu aliado político Roberto Amaral (do PSB) que designou para chefiar a Pasta da Ciência e Tecnologia – tratou de incentivar a cooperação em torno do Cyclone-4.

Surgiu, dessa forma a “parceria estratégica” que Dilma Roussef se prepara, agora, para torpedear.


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